No meu copo, na minha mesa 306 - Jantar Dão Sul no restaurante Jacinto

Encontro espumante bruto 2006; Vinha de Saturno branco 2009;
Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador branco 2009; Four C tinto 2007;
Vinha de Saturno tinto 2007; Porto Quinta das Tecedeiras Vintage 2007


   
  
  
 

A visita ao Rubro para um jantar com vinhos da Quinta do Encontro, relatada no post anterior, reavivou-nos as memórias dum outro jantar ocorrido em Dezembro de 2010, por ocasião do 8º aniversário da garrafeira Vinodivino.

Esteve presente o enólogo Carlos Lucas, que à data estava à frente da enologia da empresa, que nos recebeu com a apresentação do já citado espumante Encontro Bruto, e que já nessa ocasião nos agradou sobremaneira. Para além do espumante tivemos aí, também, o primeiro contacto com alguns vinhos de topo da empresa, como o Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador branco, o Four C tinto, o Vinha de Saturno, branco e tinto, e para finalizar um Porto Vintage Quinta das Tecedeiras. Fica aqui o registo para a posteridade e as fotos a assinalar o evento.

Socorrendo-nos do registo no site da garrafeira, dos nossos apontamentos da altura e dos registos fotográficos, recordamos como decorreu a função.

  • Entradas: Os Jacintinhos (pastelinhos de bacalhau, rissóis de camarão, croquetes de carne, chamuças)
  • Vinho: Encontro espumante bruto 2006 (B) Região: Bairrada Castas: Bical, Arinto, Maria Gomes Grau alcoólico: 12% Nota (0 a 10): 8 Bolha fina, aroma delicado, medianamente encorpado, fresco, suave e apelativo.
  • Prato: Portobelos recheados com queijo de cabra, rúcula e pesto
  • Vinho: Vinha de Saturno 2009 (B) Região: Alentejo Casta: Alvarinho Grau alcoólico: 13,5% Nota (0 a 10): 8,5 Um branco alentejano surpreendente, feito apenas da casta Alvarinho e fermentado em madeira mas sem marcar minimamente o perfil do vinho. Robusto, bem estruturado mas com a acidez e frescura do Alvarinho a dar uma ligação perfeita com o prato.
  • Prato: Tacos de bacalhau confitado em cama de espinafres e pasta de azeitonas
  • Vinho: Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador 2009 (B) Região: Dão Castas: Encruzado, Bical, Cerceal Grau alcoólico: 14% Nota (0 a 10): 8,5 Encorpado, final mais pesado mas elegante, excelente acidez e profundidade. Fermentado em madeira com micro-oxigenação, resultando em ligeira tosta no final. Um branco clássico.
  • Prato: Bochechas de novilho estufadas em vinho tinto com chalotas e batata gratinada
  • Vinho: Vinha de Saturno 2007 (T) Região: Alentejo Casta: Baga Grau alcoólico: 14,5% Nota (0 a 10): 9 Discreto no início mas abrindo-se num perfil robusto, poderoso, com grande estrutura na boca e final longo. Um corredor de fundo. Vinho: Four C 2007 (T) Região: Dão Castas: Baga, Touriga Nacional, Tinto Cão, Trincadeira Grau alcoólico: 14,5% Nota (0 a 10): 8,5 Aroma de ataque exuberante e profundo, taninos firmes mas sedosos, garra, persistência, mas acabando por se desvanecer um pouco. Favorece uma prova mais imediata e menos prolongada.
  • Sobremesa: Chiffon de chocolate com gelado de baunilha e espuma de frutos silvestres
  • Vinho: Porto Quinta das Tecedeiras Vintage 2007 Região: Douro/Porto Grau alcoólico: 20% Nota (0 a 10): 9 Doce, untuoso, vibrante, grande concentração de aromas e sabores a frutos vermelhos, sem sombra de aguardente, vibrante, sedoso, aveludado e redondo na boca. Novo mas com grande potencial de envelhecimento. Quase perfeito.


Do que nos recordamos desta ocasião, este jantar esteve praticamente ao nível do realizado uns meses antes com vinhos Niepoort, primando pela excelente confecção dos pratos e pelo nível dos vinhos apresentados, todos de qualidade a roçar o excepcional. Difícil é destacar algum, sendo que tanto os dois brancos (o Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador, do Dão, e o Vinha de Saturno, do Alentejo) como os tintos (o Four C do Dão e de novo o Vinha de Saturno) se apresentaram em elevadíssimo nível, cada um dentro do seu perfil. São vinhos de excepção que merecem uma degustação adequada e demorada. O mesmo se aplica quanto ao Porto Vintage da Quinta das Tecedeiras, um vintage ainda em fase de crescimento e a caminho do seu melhor.

Os preços estão em conformidade, o que torna menos apelativa a sua aquisição, mas neste tipo de jantares consegue-se tirar partido da qualidade apresentada, conjugada com um conjunto de pratos de confecção a condizer, pelo que o custo compensa. Depois do jantar Niepoort (contado aqui - 1ª parte - e aqui - 2ª parte) - e das últimas visitas ao restaurante Jacinto, este voltou a fazer jus à escolha e impõe-se como um ponto de referência para eventos do género.

Kroniketas, enófilo saudoso e satisfeito

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