Hello Summer Wine Party 2017 no Hotel Marriott



Os eventos ligados ao vinho sucedem-se a um ritmo alucinante, superior à minha capacidade de comparência e ainda mais superior à minha capacidade de escrita com a frequência requerida. Tenho descrições para fazer… desde o ano passado, e ainda não consegui publicá-los...

Para tentar pôr alguma escrita em dia, vou começar pelo mais recente onde estive: a Hello Summer Wine Party 2017, que decorreu no dia 9 de Junho de 2017 no Hotel Marriott, em Lisboa, organizada pela revista Paixão pelo Vinho.

À semelhança de edições anteriores, o evento conta com a participação de vários produtores de vinho menos badalados, que não aparecem muitas vezes nos certames mais concorridos, além da possibilidade de provar alguns petiscos que vão sendo confeccionados no jardim. Desta vez pude participar em duas provas especiais que decorreram em paralelo, e acabaram por ocupar a maior parte do meu tempo: vinhos da casta Castelão apresentados por António Saramago e vinhos de Baga apresentados por Osvaldo Amado.

Relativamente aos stands, acabei por dar uma volta mais demorada pelos vinhos da Serenada, da Adega Cooperativa da Vidigueira e da Companhia das Lezírias, saltitando um pouco pelos outros mas sem possibilidade de grande permanência. Como vai sendo, infelizmente, habitual nestes eventos, os vinhos tintos quase nunca estão à temperatura adequada, o que obriga a nos centrarmos quase exclusivamente nos brancos e rosés. Entretanto as provas especiais começavam, pelo que me saí rapidamente do jardim...

A primeira prova constou da apresentação dos vinhos da casta Castelão produzidos por António Saramago na Península de Setúbal. O enólogo começou por caracterizar a casta e a sua história, passando-se depois à prova de vários néctares que abrangeram vários anos do século XXI. No geral os vinhos apresentaram-se bastante saudáveis e longevos, com as características aromáticas e de estrutura bem marcadas. Como é normal nestas ocasiões, os vários anos em prova apresentaram discrepâncias que não têm necessariamente relação com a idade dos vinhos, com diferentes tipos de evolução.

Quanto à prova dos vinhos de Baga da Adega Cooperativa de Cantanhede, tivemos a possibilidade de apreciar estes bairradinos em todo o seu esplendor, numa prova para verdadeiros apreciadores. Sem prejuízo para os magníficos aromas terciários dos vinhos mais velhos, o grande vinho em prova foi o da colheita de 2011, um néctar de excelência!

O que ficou desta prova foi o grande crescimento qualitativo da Adega Cooperativa de Cantanhede, que está a produzir vinhos que lhe permitirão guindar-se a um patamar entre os melhores da Bairrada. E mais uma vez o dedo de Osvaldo Amado contribui para este crescimento.

Ainda houve uma terceira prova especial com vinhos da Madeira, mas já não havia tempo nem estômago para mais.

Obrigado à equipa da Paixão pelo Vinho, e em particular à Maria Helena Duarte, por mais este evento.

Kroniketas, enófilo assoberbado

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