Quinta de Pancas (1ª parte)

    

Mais uma etapa na tentativa de pôr a escrita, com vários meses de atraso, em dia.

No início de Junho, a convite da empresa Parceiros de Comunicação, desloquei-me, juntamente com outros enófilos, bloggers e jornalistas, à Quinta de Pancas para uma visita com apresentação do portefólio actualizado dos vinhos ali produzidos.

O programa incluía um passeio pelas vinhas, prova de vinhos e almoço com os vinhos provados. Foi-nos disponibilizado transporte a partir de Lisboa, pelo que partimos em conjunto da gare do Oriente.
Existe uma nova estratégia na empresa, com uma renovação da imagem e dos vinhos. Desde há alguns anos sob gestão da Companhia das Quintas, nesta nova etapa a gestão da Quinta de Pancas será autonomizada.

Localizada junto a Alenquer, no lugar de Pancas na freguesia de Santo Estevão e Triana, a Quinta de Pancas foi fundada em 1495 e contém cerca de 50 hectares de vinha, com uma variada gama de castas brancas e tintas, portuguesas e também bordalesas, que se estendem por algumas encostas entre a Serra de Montejunto e a margem direita do Tejo, com altitudes variáveis entre os 40 e os 280 metros.

Os solos apresentam características similares a regiões como Champagne, Borgonha (Chablis), Vale do Loire e sul do Vale do Ródano, com predominância de calcários vermelhos. Na quinta estão identificados 34 talhões diferentes com diferentes características que determinam as castas aí plantadas. A maioritária é a Cabernet Sauvignon, em que a quinta tem grande tradição, com 14 ha. Seguem-se a Touriga Nacional com 5,3 ha e outras castas importadas como Syrah e Merlot, só depois aparecendo o Castelão, Alicante Bouschet e Tinta Roriz.

Nas brancas predominam o Arinto, Chardonnay e Vital, com 1 hectare.

Os talhões foram classificados como A, B e C, sendo os de letra A destinados à produção dos vinhos mais complexos, com foco exclusivo na qualidade e sem olhar a custos, enquanto os da letra C destinam-se aos vinhos de maior volume, que não têm potencial para a produção da gama Reserva. No segmento B temos então os vinhos de gama média e média-alta, com qualidade elevada e preço ainda acessível.

Conduzidos em dois tractores, saímos do edifício principal e fomos por montes e vales percorrer algumas parcelas de vinha, onde nos eram indicadas as castas presentes em cada uma. Claro que naquela época do ano a paisagem não permite distinguir umas de outras, pois todas parecem iguais.

No regresso ao Solar de Pancas, passou-se a uma apresentação da história da quinta, seguindo-se prova livre e depois o almoço.

(continua)

Kroniketas, enófilo itinerante

Fotos: Vítor Pires

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