Os vinhos do Mercado 2014



Tal como prometido, no sábado dia 1 de Novembro lá se juntou a dupla das Krónikas Viníkolas para uma visita à edição de 2014 do Mercado de Vinhos do Campo Pequeno.

Este evento, uma criação recente que ocorre na capital imediatamente antes do grande evento do ano, o Encontro com o Vinho e os Sabores organizado pela Revista de Vinhos, não sendo propriamente uma espécie de ECVS em versão média ou reduzida, apresenta como principal ponto de interesse (e de diferenciação em relação ao evento seguinte) o facto de congregar a presença de muitos produtores de média e de pequena dimensão, com menor visibilidade no mercado e que habitualmente não aparecem nos grandes certames. Temos assim à nossa disposição a possibilidade de provar vinhos que nos são completamente desconhecidos e de percorrer várias vezes o recinto sem gastarmos muito a sola dos sapatos devido à sua dimensão.

Não sendo a montra dos grandes acaba por, como afirmámos, ilustrar horizontes não conhecidos e por ganhar uma complementaridade adequada em relação ao Encontro com o Vinho e os Sabores. Outra vantagem que se pode retirar deste evento é o facto de termos mais tempo para estar num determinado stand a conversar com os produtores sem criar uma fila enorme atrás de nós...

E foi assim que começámos por deparar com o stand da garrafeira Estado d’Alma, onde não resistimos a comprar uma garrafa de Carvalho, Ribeiro & Ferreira Garrafeira 1990, e terminámos no stand das Caves São João (talvez o único grande nome que faz questão de estar presente) a provar os fantásticos vinhos velhos que a sempre disponível gerente Célia Alves faz o favor de nos ir servindo. E foi assim que, por entre amena cavaqueira, de lá trouxemos também um exemplar da última edição comemorativa dos quase 100 anos da empresa: o “93 anos de história”, um vinho produzido no Dão a partir de Touriga Nacional. As edições anteriores, desde o “90 anos”, estão esgotadas no produtor... Pena foi não termos comprado mais garrafas dos vinhos velhos, com destaque para um fantástico Frei João 1985, que está ali para lavar e durar...

Pelo caminho conhecemos alguns produtores que ainda não tínhamos encontrado, como o do “Serras de Grândola”, uma propriedade situada entre Grândola e Melides, perto da costa alentejana, que nos apresentou um muito interessante branco monocasta de Verdelho e um tinto muito elegante; cruzámo-nos com a Herdade das Barras, de Vila Nova da Baronia, com os novos vinhos lançados pela garrafeira Néctar das Avenidas; revimos alguns néctares da Casa da Passarela; passámos pela Quinta da Giesta onde Nuno Cancela de Abreu apresentou um portefólio alargado dos seus vinhos (onde não faltou um exemplar da sua antiga paixão pela região de Bucelas); conhecemos um Alvarinho de Vale dos Ares, onde trocámos dois dedos de conversa sobre a questão da utilização da denominação “Vinho Verde” nos Alvarinhos produzidos fora das sub-regiões de Monção e Melgaço; e também demos um salto à costa de Sintra para provar um branco cheio de mineralidade do Casal de Santa Maria. Ainda se adquiriram dois brancos da Casa do Paço, Verde o de Loureiro e Arinto, Regional Minho o de Fernão Pires, que são muito aprazíveis e se recomendam.

Acabámos as nossas rondas satisfeitos e a desejar que o evento se repita por muitos anos e bons – é algo que traz valor ao universo enófilo e é com organizações deste tipo que vamos conhecendo melhor o maravilhoso mundo dos vinhos portugueses.

À vossa saúde!

Segue-se o Encontro com o Vinho e os Sabores, já no próximo fim-de-semana, com algumas provas especiais que prometem...

tuguinho e Kroniketas, enófilo e tudo

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