Lavradores de Feitoria - Novos brancos no Memmo Alfama Hotel

      
   

Continuando na senda das apresentações de vinhos, aproveitei o lançamento dos novos brancos da Lavradores de Feitoria para me deslocar ao Memmo Alfama Hotel, numa encosta por trás da sé de Lisboa e com uma vista privilegiada sobre a foz do Tejo, para provar os novos produtos e rever alguns dos frequentadores habituais destes eventos.

Estiveram presentes a administradora Olga Martins e o administrador e director de enologia Paulo Ruão, que fizeram uma pequena apresentação dos produtos em lançamento.

À prova estiveram as novas colheitas do Lavradores de Feitoria Três Bagos branco 2013 (um lote de 50% de Viosinho, 40% de Gouveio e 10% de Malvasia Fina), o Sauvignon Blanc 2013, o Riesling 2013 e o Colheita Tardia 2010. Como curiosidade houve ainda a apresentação do Sauvignon Blanc em pequenos tubos, parecidos com pipetas, sob a designação WIT (Wine In Tube).

Acompanhados por alguns acepipes com base em produtos do mar (a excepção foram uns croquetes de carne e uns pregos que apareceram mais para o fim da tarde), fomos podendo provar os diversos brancos à vontade, pela ordem que quisemos e quantas vezes quisemos.

Cada um com as suas características, gostei de todos os vinhos apresentados, embora com percepções diferentes. O Três Bagos de lote apresentou-se um pouco mais complexo, mineral e estruturado, como é normal, com boa frescura e acidez, sendo um bom companheiro dos petiscos apresentados. O Sauvignon Blanc e o Riesling (duas castas do meu particular agrado) apresentaram-se com os traços característicos de cada uma: o Sauvignon Blanc elegante e suave, com um toque citrino e tropical e com o vegetal, que por vezes aparece demasiado marcado, pouco evidente tanto no nariz como na boca; o Riesling, assinado pelo “chef” Rui Paula (restaurantes DOP e DOC), ligeiramente adocicado mas com muito boa acidez, muito fresco e redondo e equilibrado na boca.

De realçar que todos estes brancos fermentaram 80% em inox e apenas 20% em barricas novas de carvalho francês, estagiando depois 4 a 5 meses nas mesmas proporções. A madeira está aqui praticamente imperceptível na prova, apenas compondo um pouco a estrutura dos vinhos, mostrando-nos bons exemplos de como a madeira pode ser usada nos vinhos brancos sem abafar os aromas e a frescura que se pretende. Neste caso, a Lavradores de Feitoria parece estar no bom caminho no que respeita à utilização das barricas nos seus vinhos brancos.

Finalmente, o Colheita Tardia, feito 100% de Sémillon, com algum melado na cor, ligeiramente doce mas não demasiado, fresco redondo e persistente, um bom vinho de sobremesa para o Verão.

Foi um fim de tarde bem passado, em boa companhia, num local agradável e com vinhos muito interessantes. Resta-me agradecer o convite enviado por Joana Pratas e à Lavradores de Feitoria por ter trazido a Lisboa os seus novos produtos e por nos ter proporcionado a oportunidade de prová-los, e desejar sucesso com estes novos lançamentos, que irão certamente fazer o seu caminho. Assim se dêem a conhecer ao público.

Kroniketas, enófilo esclarecido

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