No meu copo 215 - Vinha da Nora 2001

Não tenho sido um consumidor assíduo dos vinhos de José Bento dos Santos. Até agora só tinha bebido o Vinha da Nora 2002 e o Clarete 2003. De resto, só algumas provas anuais no Encontro com o Vinho.

Este Vinha da Nora 2001 estava guardado há vários anos e receei que já estivesse em declínio ao fim de tanto tempo. Para grata surpresa apareceu bastante saudável, sem denotar quaisquer sinais de cansaço e a dar a sensação de estar no ponto ideal para ser bebido (curiosamente, espreitando o contra-rótulo este indicava que deveria atingir o auge 6 a 7 anos depois da colheita, pelo que o momento pareceu ter sido bem escolhido).

Apresentou-se com uma cor rubi ainda bastante concentrada, muito elegante e aromático mas ao mesmo tempo persistente e bem estruturado, com fruta madura bem presente, grau alcoólico elevado (superior ao de 2002) mas bem integrado numa boa acidez, a madeira muito discreta a conferir apenas maior complexidade ao conjunto e os taninos muito redondos. Depois de ter provado a colheita de 2002 e esta de 2001, quase me apetece classificá-lo como vinho aristocrático. Todo ele é elegância e sem dúvida recomendado para refeições requintadas e quiçá com o seu quê de exóticas. Um vinho que se destaca por estar desalinhado das modas.

Nas últimas feiras de vinhos tive oportunidade de adquirir ainda a colheita de 2002 por um bom preço (outra vez o Jumbo...) mas no Encontro com o Vinho já encontrei a colheita de 2005 que, pelo que me foi dado perceber e pela informação obtida, mudou o perfil para ser um vinho de consumo mais fácil. Não sei se terá sido uma boa ideia... Será que a moda também já chegou ali?

Kroniketas, enófilo esclarecido

Vinho: Vinha da Nora 2001 (T)
Região: Estremadura (Alenquer)
Produtor: José Bento dos Santos - Quinta do Monte d’Oiro
Grau alcoólico: 14%
Casta: Syrah
Preço em feira de vinhos: 9,24 €
Nota (0 a 10): 8,5

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